domingo, 4 de dezembro de 2011

O QUE ESTÁ POR TRÁS DE BELO MONTE??





Segundo Delfim Neto, interesses internacionais camuflados em ONGs estão por trás das tentativas de impedir a construção da Hidroelétrica de Belomonte, Não há como negar que a nossa reserva de água doce é generosa e começa a provocar o "ôlho grande" de muita gente poderosa que quer forçar o entendimento de que não seremos capazes de preservar o meio-ambiente. Dentre outras alegações, o uso indiscriminado da floresta e a causa dos índios que terão suas aldeias inundadas. Os interesses internacionais em nossas águas e áreas verdes são antigos; mas crescem na medida em que nossas florestas começam a emergir do crescimento nas necessidades do mundo em realizar pesquisas, extração, produção de alimentos, etc. O artigo não comenta, mas já tivemos notícias de ocupação não declarada e sorrateira por estrangeiros na Amazônia, onde atuam "missionários", pesquisadores e até exploradores que adquiriram terras legalmente,.. (não se sabe como!).

O Nordeste precisa de energia elétrica para se desenvolver e, infelizmente, interesses ocultos tentam bloquea-lo.

Então fica a pergunta: Porque artistas se prestam em fazer campanha contra Belo Monte e NÃO fazem contra a corrupção ou ocupação ilegal da amazônia??...ou de ONGs sangue-sugas??

Leia o artigo e tire suas próprias conclusões.


Artigo de Antonio Delfim Neto, que saiu na revista Carta Capital, reproduzido pelo blog Quem tem medo da democracia



“BRASIL, POTÊNCIA hídrica do século 21″ é o título bastante sugestivo da matéria de capa de recente edição especial da National Geographic em português, que traz considerações interessantes sobre o aproveitamento do que certamente será a riqueza mais disputada nos próximos mil anos em nosso planeta.

Desde algum tempo tenho procurado mostrar que a água (mais que ouro, minérios ou petróleo) é o que preocupa e motiva o enorme esforço de marketing promovido por ONGs de várias partes do mundo com o objetivo de provar que os brasileiros são incapazes de:

1. Proteger o meio ambiente, especialmente na Região Amazônica.

2. Respeitar as populações indígenas, idem.

3. Realizar o desenvolvimento “sustentado”, alguma coisa com diferentes significados no Brasil, na China e nos EUA.

São meros pretextos. Apesar de gastos, funcionam…

A conclusão, óbvia, é que [pretendem mostrar e/ou forçar a barra de que] a Amazônia precisa ser internacionalizada para evitar que utilizemos os cursos de água daquela bacia hidrográfica para produzir energia e proporcionar o desenvolvimento daquela região em nosso benefício exclusivo.

Então, para começar, é urgente impedir a construção das hidrelétricas, enviando seguidas delegações de notáveis que se prestem a fazer o ridículo papel de defensores de etnias das quais mal conhecem a designação correta e certamente desconhecem a localização das aldeias (alguns acreditam que se trata de remanescentes de tribos astecas…).

Esta semana tivemos a demonstração de como a pregação, mesmo infantil, pode influenciar burocratas mal informados de organismos internacionais: uma obscura e inoperante comissão de direitos humanos da OEA alinhou-se às teses de outras tantas obscuras ONGs, pedindo a suspensão (!) da construção da usin a de Belo Monte, no Rio Xingu.

O referido pedido, baseado numa denúncia feita em 2010 por “diversas” ONGs (não identificadas), não produz nenhuma consequência prática imediata, mas ficou a ameaça de que “poderá vir a ser submetido a exame na Corte Interamericana de Direitos Humanos, também da OEA, caso não sejam aceitas as explicações do governo brasileiro sobre o resultado de consultas submetidas às populações indígenas”. A reação oficial foi imediata: o Itamaraty classificou como “precipitadas e injustificáveis” as solicitações da OEA; o senador Flexa Ribeiro, presidente da subcomissão que acompanhará o andamento das obras no Pará, qualificou de “absurdo” o pedido “que até fere a soberania nacional” e o diretor-geral da Agência Nacional de Energia – Nelson Hubner – foi direto: “A OEA

O que as ONGs (de longa data), agora apoiadas pela sub-burocracia da OEA, pretendem bloquear, em realidade, não é a obra em si, mas a condição brasileira de produzir mais energia limpa para prosseguir em seu projeto de desenvolvimento sustentável, inclusive na Região Amazônica. Significa demonstrar a capacidade nacional de conservar, administrar e utilizar as riquezas de um território que detém 11% de toda a água doce do globo, onde correm 12 mil rios que respondem por 16% de toda a água enviada ao mar pelos rios do planeta.

Muitos brasileiros só em anos recentes tomaram conhecimento que, além do aquífero Alter do Chão, que contém as águas do subsolo amazônico, o aquífero Guarani, no subsolo das regiões Centro-Sul-Sudeste do Brasil e partes do Paraguai, Uruguai e do norte da Argentina, guarda volume superior ao de seu congênere do Norte. Segundo os cálculos apresentados na edição especial da National Geographic, juntamente com um mapeamento bastante preciso, “não há fartura semelhante em outros cantos do globo: considerando essa abundância, teoricamente cada brasileiro teria à sua disposição 34 milhões de litros de água por ano, uma quantidade fabulosa, 17 vezes maior do que a ONU considera a média confortável de consumo”.

Com todo o progresso civilizatório que se produziu no mundo, digamos, nesse meio século mais recente, a maioria das nações refreou a cobiça em relação aos bens alheios (com notórias exceções provocadas pela exacerbação terrorista). Só não podemos ignorar que a fartura de água, que nos favorece, está distribuída de forma extremamente desigual entre as regiões e os povos. A carência nem sempre tem simetria com o estágio de desenvolvimento de cada país, inclusive das potências econômicas (as petroleiras, por exemplo). São nações com poder de influência suficiente para arrancar resoluções de organismos internacionais capazes de validar argumentos (não importa quão cínicos sejam) que permitam intervir onde exijam seus interesses vitais [vide caso Libia].

Não tenhamos dúvida de que a água figura no alto da agenda dos interesses vitais com potencial de produzir grandes atritos neste século.