São Paulo - O deputado
federal Celso Russomanno, líder da bancada do PRB, acusou o prefeito de São
Paulo, Fernando Haddad (PT), de promover a regulamentação de uso de sacolas
plásticas em supermercados para beneficiar um doador de campanha.
No Programa da Tarde, que
ele comanda na TV Record, Russomanno afirmou que as sacolas verdes e cinza,
apesar de terem 49% de material vindo da cana-de-açúcar, são um
"engodo" por levarem o mesmo tempo para se decomporem que as
sacolinhas brancas.
Ele disse ainda que há
vários fabricantes de sacolinhas, mas que a Braskem, fabricante da
matéria-prima, foi doadora da campanha de Haddad em 2012.
"É um engodo que não
tem tamanho e esse engodo, eu descobri o que está por trás", disse
Russomanno ao apresentar sua teoria no programa. Russomanno é cotado para
disputar a Prefeitura nas eleições de 2016, na qual teria em Haddad um dos
principais adversários.
Na declaração de campanha
de Haddad registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não consta nenhuma
doação direta da Braskem. Há repasses do diretório nacional do partido, que
pode ter recebido doações da empresa.
O partido e a empresa
foram contatados pela reportagem para esclarecer se houve alguma doação em
2012. Os dados estão sendo levantados.
A assessoria do prefeito
informou ter enviado uma nota ao programa de Russomanno nessa terça-feira, 28,
que não foi lida no ar.
"Com relação às
insinuações lançadas pelo candidato derrotado nas eleições municipais de 2012,
Celso Russomanno, em seu programa de televisão na Rede Record, sobre o suposto
lobby da Braskem na regulamentação da Lei de Proibição das Sacolas Plásticas, a
Prefeitura solicita que denúncias formais, com provas, testemunhos ou indícios,
sejam enviadas para a Controladoria Geral do Município (CGM). A prestação de
contas do prefeito Fernando Haddad está disponível no site do TSE", diz a
nota da Prefeitura.
A Braskem também informou
ter enviado um posicionamento que não foi utilizado pelo programa. Segundo a
companhia, a acusação não faz sentido pois a resina de plástico verde,
matéria-prima das novas sacolas, representa menos de 2% do faturamento da
companhia.
A Braskem disse ainda não
ser a única fornecedora de resina verde no Brasil. A empresa diz ter 65% de
fatia de mercado de resina plástica no País, material que é usado para outras
finalidades além da produção de sacolas.
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