sexta-feira, 10 de abril de 2015

Embrulho ou imbróglio?








Criando um monopólio e jogando água fora com a lei das sacolas de São Paulo.




Plástico verde, este é o mais novo engodo que o sistema nos presenteia. E é um engodo da pior espécie porque está, pela primeira vez, fazendo um dos maiores greenwashing dos últimos tempos em nosso meio, no que se refere a resinas plásticas!

Greenwashing, uma expressão empregada pelos ecologistas no mundo inteiro para desmascarar estas jogadas de marketing que as grandes poluidoras mundiais têm procurado fazer com a boa vontade e a boa fé dos cidadãos planetários. Na verdade, essa é uma forma de se relacionar com um termo semelhante como o que se emprega no mundo do crime. A mídia criou a expressão “lavagem do dinheiro” quando denuncia o que os criminosos tentam fazer para “limpar” um dinheiro de sua origem ilícita. Aqui é a mesma coisa. A diferença é que o crime aqui se relaciona com a questão ambiental e a saúde pública. E nesse caso, toda essa construção deste plástico ser “verde” demonstra a mesma maracutaia.

Os próprios técnicos da Braskem afirmam que essa resina vai ser exatamente igual às outras e que ela não será biodegradável. Ou seja, não trará nenhum benefício “verde” no seu uso. Terá seu comportamento, quando no ambiente, igual às outras resinas.

Além de configurar favorecimento de um só fabricante nacional (Braskem) da resina derivada do etanol aceita na regulamentação da lei, não duvido que o próximo passo será a formação de um cartel com poucos fabricantes de sacolas tendo acesso ao insumo.

E, é claro, os supermercados vendendo as sacolas. Mais uma vez o consumidor paga a conta.

A quem interessa tudo isso Sr. Prefeito?

Quais os benefícios ambientais de uma sacola não degradável, descartável, mais espessa, maior e mais cara, se vai continuar a não ser do interesse da reciclagem, não será reciclada, e vai ser abandonada no meio ambiente?

Qual o benefício ambiental no uso de um insumo que consume no mínimo 20 vezes mais água como é o caso da resina derivada do Etanol da cana e que vai parar no lixo ou no meio ambiente da mesma forma que as sacolas atuais?

Não existe risco de colapso de energia por falta de água nos reservatórios?
As torneiras das casas não vão ficar sem água?

A população cinco dias sem água por semana não importa para a prefeitura que opta por algo que consume uma enormidade de água em sua produção?

E olha que isso vale tanto para o tal plástico igual só que agora vem do Etanol quanto para sacolas de papel.

Num passe de mágica a falta de reciclagem de todos os tipos de resíduos em São Paulo foi resolvida com uma sacolinha pintada de verde?

Quem está ganhando com isto?

"Antes de mais nada, o que deveria ser discutido é o uso racional da sacolinha. Alguns consumidores vão ao supermercado e pegam duas, três sacolas para levar apenas um produto para casa. A sacolinha não pode ser proibida de um dia para o outro, mas as pessoas precisam se conscientizar sobre o uso racional delas"
 

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